terça-feira, 27 de janeiro de 2015

O que define uma relação?

Quando pensa-se em relacionamentos imaginamos primeiramente a diferença sentimental do homem e da mulher. Há tempos nos ensinam que a mulher é o sexo frágil e os homens valentões insensíveis. Nossa cultura também não contribui para que fosse diferente, aliás o tempo de escravidão das mulheres também existiu.

Meninas crescem conhecendo contos de fadas em que todos se realizam no feliz para sempre encontrando príncipes lindos nos seus cavalos brancos. Me pergunto: Quem fantasiou tanto?

Almas gêmeas realmente existem? Será que no fundo todas as mulheres querem ter alguém? Será que as solteironas de 40 são tão infelizes assim?

Em dias em que as mulheres ainda sofrem preconceito, recebem menos que os homens e são taxadas de putas ao falarem abertamente sobre sexo, temos que aceitar que o jogo está virando.

As mulheres estão cada vez mais inteligentes e bem sucedidas. Pelo fato que nenhuma precise mais "obedecer seus companheiros", é instalado na sociedade um verdadeiro clã de mulheres que não admitem ser tratadas com indiferença e lutam por sua independência. 
Não querem depender de homens, nem se redimir aos mesmos. Claro que ainda temos as casamenteiras, mas grande parte se coloca em primeiro lugar em todo tipo de relação. 

Mulheres fortes e independentes não buscam mais o amor? Não pensa-se mais em casamentos a moda antiga ou caros anéis de noivados. Elas querem viajar, conhecer pessoas novas e aproveitar a vida. 

Será que é tão difícil unir os dois? Fazer o que se quer, construir uma carreira e amar? Dizem que a relação de pai para com a filha vira o modelo de todas as suas relações com o homem. Analise sua própria vida. Isso tem fundamento pra você?

Talvez não seja aconselhável ser tão otimista após os trinta. Talvez, o pessimismo fosse um hidratante para ser usado diariamente. 

Se não, como se recuperar quando a realidade abalar suas crenças e o amor não superar tudo conforme o prometido?
Esperança é uma droga que devemos largar ou a que nos mantém vivos? Que mal há em acreditar?

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

O difícil acesso a educação



Professores mal remunerados, falta de livros, lápis e cadernos. Falta de lousas, apagadores, carteiras e cadeiras. Falta de bebedouro e banheiro nas escolas do Brasil.

Apenas quarenta e quatro por cento das escolas no Brasil tem banheiro, eletricidade, esgoto e cozinha. Menos de 0,6 por cento tem infraestrutura próxima ao ideal para o ensino.

O Brasil é o décimo pior país colocado em leitura no programa internacional de avaliação de alunos no ranking de sessenta e cinco países. É o sétimo pior em matemática, sexto pior em ciências.

Estamos atrás da Romênia e Tailândia. Somos a oitava maior nação com o maior número de analfabetos adultos entre cento e sessenta países pesquisados pela Unesco. Quatorze milhões de brasileiros não sabem ler, nem escrever.

Existem trezentos milhões e quinhentos mil analfabetos funcionais, ou seja pessoas que sabem ler e escrever mas não entendem aquilo que leem.

Precisamos entender que educação não é gasto.
O governo brasileiro investe por ano em educação cerca de 6,1 por cento do PIB, isso significa numa perspectiva pessimista mais de duzentos bilhões de reais que é capaz de financiar seis copas do mundo.

A falta de acesso à educação é o gatilho para praticamente todos os problemas sociais que passamos em nossas cidades. Faz com que uma criança saia em desvantagem desde o início da vida, pois depende desse sistema precário que envolve todos os estados do país.

O Brasil ocupa o 53º lugar em educação, entre sessenta e cinco países avaliados
Mesmo com o programa social que incentivou a matrícula de 98% de crianças entre 6 e 12 anos, 731 mil crianças ainda estão fora da escola.

O analfabetismo funcional de pessoas entre 15 e 64 anos foi registrado em 28% no ano de 2009.
34% dos alunos que chegam ao 5º ano de escolarização ainda não conseguem ler. 20% dos jovens que concluem o ensino fundamental, e que moram nas grandes cidades, não dominam o uso da leitura e da escrita. Professores recebem menos que o piso salarial e ainda assim são obrigados por amor, ou falta de opção a trabalhar porque acreditam que a educação é a única salvação.

Ignorância é força. É satisfatório manter as massas em estado de pobreza. Uma sociedade hierárquica só seria possível num mundo de pobreza e ignorância. É bom para os partidos que seus membros sejam fanáticos crédulos e ignorantes. Que na população predominem sentimentos como medo e ódio.


Do ponto de vista dos governantes, os únicos perigos reais são o surgimento de um novo grupo de pessoas capazes. Isso significa que o problema se resume a educação onde os pensamentos “incorretos” são a alma da liberdade.


Gabriela Peres

domingo, 30 de março de 2014

Oportunidade aos focas

Engraçado como ao fazer jornalismo desde o início dessa decisão nada vem fácil. Decidir que este é o curso que lhe trará realização profissional e segurança financeira é uma grande responsabilidade já que o acesso as primeiras oportunidades são tão distantes do que almejamos.

Penso que assim como a filosofia, quem faz Jornalismo, não o faz com a intenção de ficar rico fazendo o que gosta e sim pelo amor a profissão e isso nos dá forças para lutar pelo que acreditamos, a verdade.

Depois vem os questionamentos da polêmica referente ao diploma dos jornalistas. Um absurdo que isso ainda seja discutido já que em qualquer empresa que procura-se vagas de comunicação é exigido o diploma, além dos cursos especializados. Realmente quem teve essa ideia além de sem noção deixa claro que por detrás de tal afronta esteja inchado de interesses políticos, ou desinteresses políticos para com nós, a classe poderosa que coloca a boca no trombone.

Que tenha-se o bom senso que, em qualquer produção de tv, rádio, ou redação de jornal por exemplo, vamos nos deparar com pessoas que se tornaram jornalistas pelo tempo de trabalho e experiência e claro que os dar o direito de ter tal privilégio não vem ao caso julgar. Mas não devemos descartar o fato de que os tempos são outros e o novo a cada dia fica mais novo e nada que não possamos aprender com os mais velhos, eles também não possam aprender com quem está entrando no mercado. É uma mistura de jornalismo concreto e técnico que pode acoplar com a inovação das tecnologias e ideias dos jovens que chegam com tanta vontade de participar e ser um dia como todos que conseguiram tal sucesso.

Jornalista técnico não falta, e é fácil o ser. Não seja mais um jornalista, seja O Jornalista. Estudar, sempre praticar a leitura, ter curiosidade de conhecer aquilo que não o agrada, ler sobre o que ainda não conhece são ferramentas cruciais para sermos pensadores e formadores de opinião. O jornalista para sempre carregará essa cruz e nunca estaremos prontos, sempre é necessário aprender.

Para os recém formados que moram no interior a situação piora. São poucas as oportunidades, o jornal impresso está cada vez mais escasso e quando contratam precisam de experiência já que tudo é muito rápido e não há mais tempo de ensinar.

Hoje o jornalista para conseguir entrar no mercado precisa ser um faz tudo.  Se você não teve a sorte de se formar a três décadas atrás onde o jornalismo impresso era o auge da imprensa, saiba que precisa é de muito estudo para que consiga um dia chegar num lugar parecido com estes que souberam fazer história.

O jornalista hoje precisa além dos quatro intermináveis anos de faculdade, deve ter inglês fluente, saber Corel Draw, Photoshop, HTML, ter boa redação, boa dicção, ser pró ativo, saber tirar fotos, diagramar e etc, etc, e etc.

Tudo o que aprendemos na faculdade certo? Mas sem praticar ninguém chega lá.
Estágios pagam de 400 a 670 reais com muita sorte e exigindo todos os conhecimentos mencionados anteriormente.  Então continuamos em nossos empreguinhos que de longe nada tem a ver com Jornalismo, esperando uma oportunidade, fazendo freelances para ficar mais próximos da realidade e desesperados para pagar as contas da faculdade.


sábado, 29 de março de 2014

Em festa de rodeio...

Há anos o rodeio de Hortolândia estabelecido próximo a empresa EMS no mês de Maio traz a alegria para a população que tem poucas oportunidades de prestigiar grandes atrações como shows, espetáculos ou até mesmo a diversidade cultural que o teatro nos traz.
Em geral, a festa de Rodeio não me agrada, não que eu nunca tenha ido ou que eu não apareça por lá nesse 2014, mas meu interesse nunca foi no evento, vou para ter uma noite agradável ao lado de amigos fazendo idiotices, enchendo a cara ou pelo show do artista que na maioria das vezes é o maior interesse do grande público que esse rodeio atinge.
Adolescentes bêbados, famílias saindo da rotina, em cada canto alguém conhecido pra fingir que não viu, reencontros inesperados e encontros aguardados. Não sei o porcentual de furtos, mas pequeno não há de ser; tem o dia da entrada franca que traz a oportunidade para quem não condições financeiras de pagar pelo ingresso e ver qualquer show. A festa é tomada pela população feliz e contente que não tem ideia do que gira em torno de uma festa com tamanha proporção.
Afinal, quem se importa né? O povo vive de aparências e se "tá tendo" festa, então é porque está tudo bem.
A Festa de Peão de Hortolândia, claro que por motivos óbvios não se compara as festas de Jaguariúna, Piracicaba, Americana ou Limeira, mas serve pra iludir.
A montaria é abominável. Indigno que se ganhe dinheiro em cima do sofrimento de um animal. Na verdade a estudos não comprovados de que a utilidade do Sedém para que o Boi pule não causa dor, e quem entende de rodeio também diz que não. Bom, eu não acredito e mesmo que fosse verdade, não existe lógica em ganhar dinheiro explorando um animal que esta alí involuntariamente. “Esportezinho” mais medíocre esse, assim como tantos outros que sinceramente me irrita.
Enfim, como dito, é a festa no geral que move o rodeio, a maioria está ali por estar e sobe na arquibancada para lugar garantido na hora do verdadeiro espetáculo, o Show do artista que ganha porque trabalha merecidamente e não por abuso ou por ter sua barriga, genitália, testículos ou o que quiser chamar apertados servindo de atração para uma minoria sem conhecimento.
Mas o ser humano esquece rápido, sente pena mas o resto da festa transfere a atenção. Ter piedade não resolve problema e no final estaremos todos lá, pedindo desconto,  aguardando nas filas dos banheiros químicos, comprando chapéus de boiadeiro para fazer parte da massa, gastando a bota de trezentos reais no barro, encontrando quem não quer  e terminando mais uma noite nos bailões sertanejos com um copo de vodka na mão.
O problema com os bois agente deixa pra depois, afinal de que adianta reclamar já que não resolve tão pouco traz solução. Em Maio nos encontramos pela Arena ou ostentando no camarote, compartilhando músicas com gírias da moda, dançando com amigos e esquecendo os problemas com as inúmeras latas de cerveja compradas a cinco reais.


Por Gabriela Peres





quinta-feira, 20 de março de 2014

O transporte de cada dia

Incrível como após tantas reivindicações, manifestações, matérias nos telejornais e denúncias o transporte público continua sendo escasso e motivo de calamidade pública. Será que ninguém que está hoje andando de avião pelo governo nunca foi pobre?
Relações básicas públicas do cotidiano não conseguem melhoria e é uma vergonha que a classe baixa tenha que levantar as cinco para entrar no trabalho as oito da manhã. Porque será que ninguém se importa? Especificadamente, o governo não se importa. Pra mim nada mais é do que falta de vergonha na cara e caráter. Ter poder e não ser digno de ajudar o próximo, não tem outra explicação do que déficit no caráter.
Todos os dias é a mesma ladainha, agente madruga no ponto de ônibus, e quando ele chega lá vem a vontade de chorar. Isso quando ele para, pois diversas vezes perdi meu horário no trabalho devido a tamanha lotação e os motoristas simplesmente não param porque não tem onde colocar mais gente.
Nada contra o ser humano, mas as seis da manhã, aguentar gente suada, com seus perfumes diversos, bolsas e malas entre bocejos e espirros é desconfortante. É um inferno!
O mau humor já começa daí e acho, só acho que não estou pedindo demais. Isso é sobrevivência, é o pobre precisando desse serviço porque tem contas a pagar. É gente trabalhadora que rala dia e noite e sonha um dia poder não precisar mendigar transporte do governo.
Engraçado, cadê a lei que obriga o cinto obrigatório? Viajar nessas sardinhas lotadas é menos perigoso do que automóveis? Porque será que a lei no transporte público não se aplica? A palavra que descreve isso é interesse.
Acostume-se, nós não somos nada, nos resumem a maioria pobre que vive com a palavra justiça na boca. E existe outra que mais se adéqua?
Saber que não somos dignos enoja, a hipocrisia de nossas leis entristece.
Ir as ruas não adianta,
Manifestar não resolve;
o povo não quer riqueza, o povo quer dignidade;
ter vontade de viver e acreditar, não apenas sonhar.
Quem estuda não tem que pagar!
Quem viaja, seguro quer estar.
Quem precisa de condução, quer entrar no ônibus sem ter vontade de gritar.

Por Gabriela Peres





quinta-feira, 13 de março de 2014

DEPOIMENTO DE UM CALL CENTER

Sou operadora de call center, atendo uma das maiores empresas conhecida hoje no Brasil em telefonia móvel e fixa. Móvel agora, fixa a anos. Aqueeeela telefonia famosa, líder em reclamações mas que ninguém se atreve em abandonar, a realidade é que muitos abandonam pra voltar traumatizados depois.

O dilema começa na seleção dos candidatos na primeira entrevista, passa-nos uma prova de português, matemática e conhecimentos gerais. Aquelas provas imbecis que todo mundo passa, depois pedem para digitarmos um texto no Word pra ver se não somos totais analfabetos e dai estamos contratados.

O exame admissional é na própria empresa para que não dê tempo de fugir assustada com o salário. Dispenso comentários, afinal, alguém conhece uma empresa que realmente faça um exame admissional decente? Será que acreditam que vou responder que já usei drogas, bebo constantemente, faço sexo sem camisinha e não tenho ideia do meu ciclo menstrual?
Isso não é possível.

Começa o treinamento teórico que serve para termos uma ideia do que você vai fazer na operação e para fazer amigos. E nada como fazer amigos não?. Oras bolas, eu não entro numa empresa para fazer amizades nem tão pouco para compartilhar sentimentos e é incrível como a maioria dessas pessoas que trabalham em call center adoram interagir, combinar cervejas e festas baratas. Ligam para saber se você vai trabalhar no mesmo horário que ela e tantas quais mais besteiras de quem não tem o que fazer.
Quem trabalha com atendimento não tem tempo pra respirar, quem dirá ficar contando casos e fingindo interesse no acontecimento da vida alheia.

Começa a labuta, coloca o readset no ouvido, pede a Deus que te livre de pessoas infernais e pimba: " Gabriela Bom Dia, com quem eu falo?", e claro que é o Diabo. Sim, ele te liga diversas vezes por dia, te enganando cada vez numa forma diferente, com vozes diferentes, testando sua paciência e te provocando para que a cada pronunciamento você mande o cliente pro lugar que ele veio, o quinto dos infernos.

Dica numero um, se for ligar nesses atendimentos, engula sua insatisfação porque caso ligue com mau humor, berrando ou reclamando que está horas aguardando ser atendido, você corre sério risco de ter de ligar novamente.

Sim, desligamos na cara de clientes folgados e mal educados. Entenda que, nós call centers nada temos a ver com as merdas que a empresa faz e nem tão pouco nos importamos com seu problema. Enquanto você está reclamando, nós te colocamos no mudo (e você não sabe), te xingamos para o atendente do lado, comentamos seu erro de português, rimos dele e ao voltar pedimos para repetir a solicitação porque absolutamente não prestamos atenção em nada que o Senhor disse.

Dica número dois, não adianta chorar, dizer que a mãe morreu, ou que tem um filho na cadeira de rodas, ninguém se importa e o técnico não vai ir mais rápido para a sua casa por causa disso.

Dica número três, quando perguntarmos : Qual o motivo da ligação, diga qual é o motivo da ligação, não precisa contar a história inteira porque isso acaba com a paciência que já não temos e se o ódio nos tomar conta o prejudicado será você.

Dica número quatro, não adianta passar protocolos anteriores. Eles não servem pra nada. Protocolo de atendimento serve exclusivamente caso precise um dia da ligação gravada. Você não ajuda o atendente querendo passá-lo, ao contrário você o irrita.

Dica número cinco, não adianta ameaçar dizendo que vai cancelar a linha, que vai no Procon ou na Anatel, primeiro que não acreditamos e segundo ninguém se importa e sua escolha tão pouco nos afeta.

Dica número seis e não menos importante. Ligue preparado, caneta, bloco de anotações e CPF do assinante são cruciais para o atendimento. Não ligue sem esses detalhes a mão  porque temos tempo cronometrado para te atender, e sua enrolação nos traz aborrecimentos, e nossa impaciência é a ineficiência da resolução da sua dificuldade.

Ao ligar seja simpático, paciente, responda apenas o que lhe foi perguntado. Seja breve e direto ao assunto. O Call center te odeia, e você obviamente o têm o mesmo desprezo, mas é ele que tem sua linha nas mãos e se resolveu ou não sua solicitação, você só vai saber após 48 horas.


quarta-feira, 12 de março de 2014

A presidência nos espera


Não acredito que seja possível, na vida que temos hoje, que exista alguém que realmente faça algo em prol de um mundo melhor. O que temos é marketing pessoal e isso é só o começo. O governo compra a mídia por saber a força que ela tem e você acredita no que é porque ela te influencia.

Percebam que o verdadeiro líder não é poderoso. A pessoa poderosa é um qualquer que apenas tem o poder por tê-lo. O Líder é líder. Uma andorinha, não faz nada, apenas voa e todas as demais vão atrás. É assim que funciona.
É esse líder que nos falta, somos influenciados politicamente pelo passado e castrados pelo que nos espera o futuro. Temos a incapacidade de ser verdadeiros e de acreditar na verdade. Damos preferência ao que é belo aos nossos olhos mesmo com sua deficiência escondida por debaixo dos panos.

Deixamos de falar o que pensa porque é necessário agradar a maioria. Nossa cultura tende a acreditar que qualquer ideia que se defenda é porque a praticamos. Isso não é lógica para pensadores. Deve-se saber separar tipos de pensamentos, entender raciocínios opostos, saber discuti-los e mesmo assim manter sua opinião pessoal.

As discussões no Brasil são muito emotivas e pouco racionais. Hoje nos aflige com razão, saber o que nos falta para um Brasil "melhor", mas não temos ideia de como ele já foi. Como o sofrimento de hoje é resultado da inexperiência e falta de atitude no passado.

Nosso país vive com suas marcas cicatrizadas que não nos deixam esquecer nosso passado repugnante, mas que deixamos passar despercebido diante da atualidade política que vivemos.
O Brasil nunca foi um país que impusesse respeito. Lidamos com a obscuridade do tempo da ditadura que revolta e ainda deixa marcas, a vergonha das Presidências do tipo Sarney que tão pouco teve interesse em lutar por algo e nem fingir o papel de governo foi capaz de fazer, Collor que dispensa comentários, Itamar Franco que tentou mas sabia que não ia dar. FHC com sua privatização marcada pela época condenada por muitos, mas esquecemos que foi quem tirou o país daquele buraco da inflação em que o Brasil estava afundado, Lula que trouxe a igualdade social.

Todos os governos deixaram cicatrizes que jamais serão esquecidas e que nos lembraremos para sempre. Erros e acertos dignos de governantes que por vezes errando, tentaram acertar.

Nenhum governo jamais será cem por cento, sempre será um cobre daqui e descobre dali, e assim vamos tentando manter algum tipo de equilíbrio já que a humanidade não tem futuro. Ou ainda acredita-se em milagres?

A sociedade busca por aqueles que assumem posição, e assumir posição também é fazer críticas. PT e PSDB ajudaram a estabilizar a democracia que imaginamos ter. Nessa altura do campeonato temos poucos meses para entregar o Brasil de bandeja a alguém e ainda não sabemos o que fazer.

Dilma poderá ser reeleita. Qualquer possibilidade que tenha tido em ter mais votos a favor, escafedeu-se quando a pena dos mensaleiros dada por Joaquim Barbosa foi recorrida e nada mais feito.
Jura? Que nada! a população não se importa.

 Teremos Marina Silva, pela REDE sustentabilidade que, sejamos realistas, não rola. É uma utopia interessante, mas Marina Silva sempre esteve como "Sonhática" e dificilmente conseguirá o poder pelo poder. Muitos não acreditam em sua capacidade e sinceramente, nem eu. Comandou o Ministério do Meio Ambiente por cinco anos e ao alegar falta de apoio político abandonou o governo Lula, se candidatou pelo PV e ficou em terceiro lugar com vinte milhões de votos.  Isso é bom, mas de terceiro para primeiro tem chão.

No PV especula-se que teremos Fernando Gabeira como candidato, bom pelo menos ele foi um revolucionário na época da Ditadura, sequestrou o embaixador americano na época e ao meu ver, isso conta pontos a favor.

Eduardo Campos no PSB que seria uma nova oportunidade para tentarmos mais uma vez algo novo, mas não podemos esquecer que a população não possui mente aberta e não arrisca, o que é uma pena já que grandes transformações se adequam com o novo.

Aécio Neves - PSDB, sem chances. Não há mais possibilidades de um Tucano parecer no Poder, não nos próximos vinte anos. A esquerda se tornou um grupo moralmente superior e não tem cultura que abafe tal afronta.

Não manifesta-se contra partido A, B ou C, a manifestação é contra todos e é difícil a capacidade de liderança numa sociedade complexa como a nossa. O poder afasta e não mais se identifica com tradições conservadores de direita ou esquerda. No final todos querem mamar nas tetas do governo e mesmo assim todo esse conservadorismo negado, ainda existe fortemente. As pessoas dizem que não são, mas na prática são conservadoras.

Como o político não tem comunicação com o povo, eles não sabem o que é o povo.
Sou de esquerda mas não sou petista.
Acredito que precisamos é de uma reforma política, parar de votar como analfabetos funcionais. O povo na realidade não estão preocupados com as mentiras e honestidades dos políticos. Só dizem que estão, mas continuam votando neles, a política sempre foi assim e ter de mentir sempre fez parte do jogo político, se nos desagrada o problema é nosso. 

Coloque na sua cabeça que não existe político bondoso. Ele não se importa com você. Nunca, jamais em nenhuma circunstância se importará, eles só falam o que você quer ouvir.

Você acredita que com manifestos políticos conseguimos chacoalhar um governante? Consegue ameaçar seu poder?
As ações humanas só podem ser avaliadas pelo o que se consegue conquistar, o que importa é o sucesso das mesmas. Dilma conquistou o poder então agiu bem, quem não conquistou agiu mal.  A ação de um governo é julgada pela população pelo o que é conquistado. Nos deixamos levar pelas aparências e pelos resultados. 

Seu papel é fazer as pessoas viverem da maneira que ele quer que as pessoas vivam. O bom político não é o que nega seus sentimento, mas aquele que os usa a seu favor. Canalizando-os para conseguir mais poder.
Eles simulam, vão a TV mostrar indignação pois sabem que o povo gosta mais da mentira do que da verdade. O fim será sempre mau para uns ou outros.

O Brasil precisa de homens capazes, é necessário introduzir pitadas de vontade popular. Não se faz reforma política sem alterar a constituição. Deveríamos ter voto sem vinculação de partido político já que essa tal democracia existe. O que a população quer são respostas. O povo quer participar das decisões, e o que temos hoje no governo são representantes sem vontade de fazer reforma.

Não se pode tirar conclusões em trajetórias acadêmicas, é preciso ter o pé na realidade. O que vivemos hoje no governo atual é artificial. Precisamos descobrir a verdade para então romper com a ignorância.
Acho justo e relevante trazer para nosso governo um partido ainda não testado, a novidade é revolucionária e sem mudança não tem melhora. Ter medo de mudar só nos torna mais parte do analfabetismo funcional que já vivemos e aquele que engana sempre encontrará alguém para enganar.
Devemos em quem apostar?


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Idolatre a dúvida


 O que seria questionar num país que preza a educação e o que se determina correto. Um país que preza a forma educada de viver em sociedade e precária nas condições para educação desses seus filhos.

A população no geral sempre esteve engessada no pensamento de que, o governo sendo supostamente superior instala a forma correta de viver, e claro que isso está imposto, e não há razões para questionamentos certo? A forma correta de viver e ter uma vida digna é a forma que eles deixam que seja passadas na TV.
Sim, o que assistimos é controlado pelo Estado.

Não percebem o quanto a elite é triste e tem cara de merda. Felizmente a geração dos tempos de hoje mesmo que subordinada pela avançada tecnologia na ponta dos dedos, consegue identificar a falta de conteúdo existente nas programações televisivas e se adepta aos canais na internet para se sentirem menos burros, mesmo que em redes sociais deixam a maior parte de seu tempo.

A dúvida traz força para a busca das respostas. Lembrem-se que não existe verdade ruim e não existe nenhuma ação que não tenha fundamento político.

Quando questionamos seja a forma como vivemos, o local que escolhemos, os amigos que fizemos, o governo que elegemos, a família que temos, faz com que busquemos o conhecimento fundamental para sermos pensadores.

Buscar o "porque" das coisas e não apenas usufruí-las como se não tivesse um motivo real para que existam, nos torna críticos e passamos longe das imposições políticas. Analisar os dois lados que possam existir numa discussão, e não apenas o lado que convém, ou que a igreja determina. Sair do senso comum e trazer a dúvida para si mesmo.

Sua crença não o impede de entender o mesmo assunto visando caminhos opostos. Pode-se não concordar com nenhuma palavra que disseres, mas precisamos defender o direito de dizê-las.

Seja chato, indague, pergunte, questione e coloque na parede. O interessante desse tipo de
"crueldade" para com o outro é conseguir algum tipo de reação. Provoque para tirar das pessoas o que elas não conseguem mais dizer.

Essa falta de interesse de sermos verdadeiros surge das condições impostas pelo que chamamos de sociedade que é levemente colocada pelos que se acham superiores ao resto da população.
Não se tem o interesse de compartilhar o conhecimento, mas de abusar dele perante a demanda ignorante influenciada pelo que se assiste na TV.

Desde cedo trocamos nossas raízes por esse modo artificial de se viver. Ninguém questiona mais nada, os donos do poder agora contam sua piada, onde só eles acham graça abandonando o povo na desgraça. Vidrados na TV, perdendo o tempo em vão.

Já que ela invade a vida das pessoas, precisava ter o dever de fazer de nossas vidas melhores. Levar cultura, educação, debates, temas de utilidade pública e afins. Isso não é utopia, é algo possível. Precisamos "desensinar" as pessoas de que entretenimento é o legal e que debates são apenas para pessoas fora do normal.  

Indignai-vos!



Por Gabriela Peres

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FONTE: música "Ditadura da televisão", Ponto de equilíbrio

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Os Black Blocs



Tenho pensado sobre os Black Blocs e suas manifestações depredativas.
Os jornais não param de apontá-los. Vândalos, sem caráter, diabólicos,destruidores. De onde será que veio tudo isso?

Para dar início a discussão devemos ter em mente que primeiro: o pensamento da população é manipulado e direcionado com grande influência política; segundo: toda insubordinação causa medo, que consideravelmente atrai a mídia e por consequência a atenção dos poderes.

"Se a tarifa não baixar São Paulo vai parar"
Quando estive em julho nas manifestações em Campinas, me interessei em ver de perto a cara lavada da tropa de choque militarizando manifestantes. Cercaram a prefeitura como se tivéssemos interesse em sequestrar o prefeito.

 Queríamos apenas expor nossa indignação diante de problemas sociais do qual estamos saturados de colocar em debate.
Parecia que estávamos diante de uma casa coberta por diamantes onde plebeus jamais passariam por perto.

Incrível como em pleno século XXI, não temos liberdade em circular pelas ruas, em gritar o que se tem vontade, em proclamar nossos direitos. Que ordem e progresso é esse?
A ordem da polícia, o progresso não sei de quê.

Deixe- nos tomar as ruas para reivindicar e tomar partido que não seremos culpados por depredações.
Será que funciona se que o que move é a raiva?

E ela surge da falta de competência e humanidade de uma polícia que vergonhosamente faz o seu papel, o de ridículo.
Cenas e fotos feitas de policiais passando o limite do que possa ser desacato a autoridade são lamentáveis.
Nunca concordei com que tipo de autoridade a polícia é ou deixou de ser. Não adianta, a reputação é suja e não há quem limpe.

E o desacato com os manifestantes?
Que autoridade a polícia tem em se meter onde não tem competência para administrar? Sinceramente eu não entendo.

Não concordo com a forma destrutiva de bens sociais dos Black Blocs, mas eu posso entender de onde este pensamento vem.
Quando eu como manifestante, após um dia de trabalho saí as ruas e sem saber por qual motivo estava sem conseguir respirar com aquela sensação de inseto sendo intoxicado por RAID também me deu raiva.

E se eu tivesse forças, cara de pau e coragem, também tacaria tijolos nos vidros da prefeitura ou quem sabe socaria tiros de borracha nos "coxinha".
Claro que isso não resolve nenhum problema e não quero fazer apologia à violência, mas somos seres humanos e o que vem, volta.

Os Back Blocs desafiam a ordem. E que ordem?
Atacam a polícia, destroem propriedades e depredam o que tem pela frente para chamar a atenção às autoridades políticas baseadas no capitalismo inconformado. A maioria são de anarquistas ou grupos que buscam o mesmo "objetivo político" ou a falta dela. Geralmente são os mesmos, de expressar "solidariedade" diante da repressão do Estado.

São os politicamente incorretos, os que não dormem com espinhos na garganta, que gritam e sabem pelo que lutam.
Não são manifestantes, são protestantes e a intenção é de intimidar, aterrorizar.
O papel da mídia é caçar seus líderes, o deles é de fazê-los mais. Afinal, a democracia é fraca quando se tem um poder constituinte que não é ouvido.

Eles são a resposta à violência policial. Uma forma de protesto baseada na depredação de símbolos do estado e do capitalismo. Fazem o que a maioria não tem coragem de fazer.
São minoria diante da covardia e violência dos nossos "Senhores".

Tudo o que o povo brasileiro quer são respostas que não são dadas.
Se me perguntam se concordo com a violência digo que não.
Se me questionam se sou a favor do movimento digo que os entendo.

Dizem que os Black Blocs acabam com o que é de gasto público e seremos nós que pagaremos o concerto.
Ao menos veremos para onde vai o nosso dinheiro que não estará em cuecas e contas diversas milionárias para fora do país.

Hoje em dia ser polícia é motivo de chacota, ser político de corrupção, e ser manifestante?
Meu caro, estamos apenas atrás do futuro da nação.



Por Gabriela Peres


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Nossa senhora da boa pauta!

Há dias procuro uma pauta para escrever e não encontro.
Quando se tem liberdade para escolher o tema, qualquer coisa vira inspiração para redigir mas quando o assunto é tabelado, você dá voltas e voltas e não acha o que precisa.

Senta, come, olha no celular, levanta, bebe água, dá uma olhada na rua, senta de novo, olha sua rede social, pesquisa na internet, assisti a um vídeo engraçado, procura algum debate inteligente para extrair ideias, faz anotações, come de novo, olha no celular e assim é o ciclo vicioso da falta de inspiração.

Você pensa num determinado tema, começa a escrever, lembra de dar atenção ao seu cachorro, volta e acha todo aquele parágrafo uma porcaria e cria em si mesmo um ato desesperador de se escrever qualquer coisa porque não aguenta mais essa falta de ideias.

No meu limite da falta de criatividade resolvo interceptar meu chefe para que se faça Deus e me dê uma luz. Afinal, é ele quem vai publicar a próxima ideia que ainda não tive. E então quando começo a suplicar ajuda resolvo escrever sobre essa falta de conteúdo em mim mesma.

Não devo ser a única, e pode ser que consiga ajudar outras pessoas tão desesperadas quanto a mim que de hora ou outra se depara com a falta de instigação de seu próprio cérebro e isso irrita.
Qual jornalista não tem ideia e criatividade? Nunca vi isso.

Pauta estipulada dá uma travada na cabeça, parece que você tem distúrbios e déficit de atenção. Tudo parece mais interessante, menos escrever. Até que você fica desesperado e vomita qualquer coisa no papel, faz uma pesquisa ou outra e até que sai alguma coisa.
Nada se compara a quando você tem inspiração. Seu texto não é mais qualquer texto feito às pressas para tapar buraco. Você passa a amá-lo admirá-lo e respeitá-lo. O namora por diversas vezes, corrigindo, mudando uma coisa ou outra, acrescentando algo esquecido.

Enfim, passamos por dias de tormentas, mas também de glórias.
Problemas para escrever? Acalme-se e respire fundo. O único problema para a solução de não pensar, é pensar. Redatores em geral, arrasta-se para o computador e da pulos de alegria a cada interrupção, seja qual for. Escrever não é fácil, requer talento, disposição, criatividade, inteligência e força de vontade.
Redigir é uma tarefa árdua onde a preguiça fala mais alto. Escrever bem exige exercícios, muito exercício, o resultado final compensa.

Não perca o ânimo de escrever caso tenha dificuldades e certo tipo de bloqueio. Pesquise o tema, seja objetivo, se não sabe como começar, apenas comece.
Concentre-se em qual é a mensagem que deseja passar, quem deseja atingir e escreva da forma mais simples possível. Textos cheios de explicações científicas com palavras inadequadas cansa, e ninguém lê até o final. Quando surgir uma ideia, anote, leve bloquinhos na bolsa. Surgiu uma ideia ou pensamento, anote o mais rápido possível, nosso cérebro não para e definitivamente em dez segundos você pode esquecer aquela ideia brilhante que acabara de ter.

O mais importante não é como sua redação começa, mas sim como termina. Não tente escrever a versão final do seu texto e frases marcantes no início. A edição do texto leva tempo, mas é crucial para o bom resultado. A boa redação também exige reescrever. A meta é clareza, concisão e objetividade, devemos isso à mensagem que pretende passar, a seu leitor e a si mesmo.

Faça pesquisas, não é plágio ler resumos sobre o tema, afinal ninguém sabe tudo. Faça perguntas ao seu próprio texto e descubra nele o que falta. Lembre-se que o valor do texto só é bom se o conteúdo for seu.

 Dizia Edward Wakin, professor de comunicação na Fordham University: "O leitor é um consumidor olhando vitrines".
Com o tempo e exercícios, perceberá seu estilo de escrever, suas qualidades e pontos a corrigir. Escrever sempre será um treino, onde quem vence é sempre o escritor. 


Por Gabriela Peres